domingo, 21 de junho de 2009

The gods may throw a dice
Their minds as cold as ice
And someone way down here
Loses someone dear
The winner takes it all.
The loser has to fall
It's simple and it's plain.
Why should I complain.

O que quer uma mulher


Um bebê nasce. O médico anuncia: é uma menina! A mãe da criança, então, se põe a sonhar com o dia em que sua princesinha terá namorado de olhos verdes e casará com ele, vivendo feliz para sempre. A garotinha nem mamou e já está condenada a dilacerar corações. Laçarotes, babados, contos de fadas: toda mulher carrega a síndrome de Walt Disney.

Até as mais modernas e cosmopolitas têm o sonho secreto de encontrar um príncipe encantado. Como não existe um Antonio Banderas para todas, nos conformamos com analistas de sistemas, gerentes de marketing, engenheiros mecânicos. Ou mecânicos de oficina mesmo, a situação não anda fácil. Serão eles desprezíveis? Que nada. São gentis, nos ajudam com as crianças, dão um duro danado no trabalho e têm o maior prazer em nos levar para jantar. São príncipes à sua maneira, e nós, cinderelas improvisadas, dizemos sim! sim! sim! diante do altar. Mas, lá no fundo, a carência existencial herdada no berço jamais será preenchida.

Queremos ser resgatadas da torre do castelo. Queremos que o nosso
pretendente enfrente dragões, bruxas, lobos selvagens. Queremos que ele sofra, que vare a noite atrás de nós, que faça tudo o que o José Mayer, o Marcelo Novaes e o Rodrigo Santoro fazem nas novelas. Queremos ouvir "eu te amo" só no último capítulo, de preferência num saguão de aeroporto, quando ele chegará a tempo de nos impedir de embarcar.

O amor na vida real, no entanto, é bem menos arrebatador. "Eu te amo" virou uma frase tão romântica quanto "me passa o açúcar". Entre casais, é mais fácil ouvir eu "te amo" ao encerrar uma ligação telefônica do que ao vivo e a cores. E fazem isso depois de terem se xingado por meia-hora. "Você vai chegar tarde de novo? Tenha a santa paciência, o que é que você tanto faz nesse escritório? Ontem foi a mesma coisa, que inferno! Eu é que não vou preparar o jantar para você às dez da noite, te vira. Tchau, também te amo." E batem o telefone possessos.

Sim, sabemos que a vida real não combina com cenas hollywoodianas. Sabemos que há apenas meia dúzia de castelos no mundo, quase todos abertos à visitação de turistas. Sabemos que os príncipes, hoje, andam meio carecas, usam óculos e cultivam uma barriguinha de chope. Não são heróicos nem usam capa e espada, mas ao menos são de carne e osso, e a maioria tentaria nos resgatar de um prédio em chamas, caso a escada magirus alcançasse o nosso andar. Não é nada, não é nada, mas já é alguma coisa.

Dificilmente um homem consegue corresponder à expectativa de uma mulher, mas vê-los tentar é comovente. Alguns mandam flores, reservam quarto em hotéizinhos secretos, surpreendem com presentes, passagens aéreas, convites inusitados. São inteligentes, charmosos, ousados, corajosos, batalhadores. Disputam nosso amor como se estivessem numa guerra, e pra quê? Tudo o que recebem em troca é uma mulher que não pára de olhar pela janela, suspirando por algo que nem ela sabe direito o que é.

Perdoem esse nosso desvio cultural, rapazes. Nenhuma mulher se sente amada o suficiente.


(Martha Medeiros)

sábado, 20 de junho de 2009

"Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem —
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água."


Álvaro de Campos

sexta-feira, 19 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009




resume tudo.

domingo, 14 de junho de 2009



Under your spell again
I can't say no to you
Crave my heart and it's bleeding in your hand
I can't say no to you

Shouldn't have let you torture me so sweetly
Now I can't let go of this dream
I can't breathe but I feel

Good enough
I feel good enough for you

Drink up sweet decadence
I can't say no to you
And I've completely lost myself and I don't mind
I can't say no to you

Shouldn't have let you conquer me completely
Now I can't let go of this dream
Can't believe that I feel

Good enough
I feel good enough
It's been such a long time coming, but I feel good

And I'm still waiting for the rain to fall
Pour real life down on me
Cause I can't hold on to anything that's good
Enough
Am I good enough
For you to love me too?

So take care what you ask of me
Cause I can't say no

quinta-feira, 11 de junho de 2009

In the name of love

12 de junho é um marco histórico por vários motivos:
12 de junho de 1964 - Nelson Mandela é condenado à prisão perpétua
12 de junho de 1934 -Cuba adota uma nova constituição
12 de junho de 2000 -O ônibus da linha 174 é sequestrado por Sandro Barbosa do Nascimento
Enfim,12 de junho foi marcado por diversos acontecimentos históricos.
Ah é!Estava esquecendo:
12 de junho de 1935 -Fim da guerra do Chaco(BolíviaxParaguai)

Ok.
12 de junho -Dias dos Sadomazoquistas(digo,Namorados!)

O conceito "romance" mudou muito durante os tempos.
No passado(antes do Créu e a da novela das 8 existirem),o amor era muito valorizado.
Sentia-se em tamanho exagerado e era muitas vezes demonstrado através de cartas(descrevendo a tristeza pela distância graças à guerra ou alguma doença "mortal")ou canções.

Carta de Napoleão Bonaparte para Josefina:

“Não passo um dia sem te desejar, nem uma noite sem te apertar, nos meus braços; não tomo uma chávena de chá sem amaldiçoar a glória e a ambição que me mantêm afastado da vida da minha vida. No meio das mais sérias tarefas, enquanto percorro o campo à frente das tropas, só a minha adorada Josefina me ocupa o espírito e coração, absorvendo-o por completo o pensamento. Se me afasto de ti com a rapidez da torrente de Ródano, é para tornar a ver-te o mais cedo possível. Se me levanto a meio da noite para trabalhar, é no intuito de abreviar a tua vinda, minha amada.

E no entanto, na tua carta de 23, tratas-me na terceira pessoa, por Senhor! Que mazinha! Como pudeste escrever-me uma carta tão fria? E depois, entre 23 e 26 medeiam quase quatro dias: que andaste tu a fazer, porque não escreveste a teu marido?... Ah, minha amiga, aquele tratamento do “senhor” e os quatro dias de silêncio levam-me a recordar com saudade a minha antiga indiferença. (…) Isto é pior que todos os suplícios do Inferno. Se logo deixaste de me tratar por tu, que será então dentro de quinze dias?! Sinto uma profunda tristeza, e assusta-me verificar a que ponto está rendido o meu coração. Já me queres menos, um dia deixarás de me querer completamente; mas avisa-me, então. Saberei merecer a felicidade…

Adeus, mulher, tormento, felicidade, esperança da minha vida, que eu amo, que eu temo, que me inspira os sentimentos mais ternos e naturais, tanto como me provoca os ímpetos mais vulcânicos do que o trovão. Não te peço amor eterno nem fidelidade, apenas a verdade e uma franqueza sem limites. No dia em que disseres: “Quero-te menos”, será o último dia do amor. Se o meu coração atingisse a baixeza de poder continuar a amar sem ser amado, trincá-lo-ia com os dentes.

Josefina: lembra-te do que te disse algumas vezes: a natureza faz-me a alma forte e decidida. A ti, fez-te de rendas e de tule? Deixaste ou não de me querer? Perdão, amor da minha vida. A minha alma está neste momento dividida em várias direcções e combinações, e o coração, só em ti ocupado, enche-se de receios…
Enfada-me não te chamar pelo teu nome, mas espero que sejas tu a escrevê-lo.
Adeus. Ah, se me amas menos, é porque nunca me amaste. Tornar-me-ias então digno de lástima.


Napoleão

P.S. – A guerra este ano está irreconhecível. Mandei distribuir carne, pão, e forragens à minha cavalaria prestes a pôr-se em marcha. Os soldados patenteiam-me tal confiança que não tenho palavras para descrever-te. Só tu me causas desgostos. Só tu, alegria e tormento da minha vida. Um beijo aos teus filhos, de quem não me dás notícias. Ai, não! – levar-te-ia a escrever o dobro, e as visitas das dez da manhã não teriam o prazer de ter ver. Mulher!!!


Nos dias de hoje,esse conceito mudou.
É considerado romântico cederem um lugar no ônibus ou no metrô.
Trocamos poemas por sarcasmo.
Flores por uma cervejada no bar mais próximo.
Canções por Nx Zero.
Mas o sexo continua(nem sempre com o mesmo propósito mas enfim.).
Porém,devo deixar claro que não somos totalmente alérgicos à ele.
Amor vicia.
Mesmo que tenha durado 2 meses ou 4 anos.
Não importa.
Quando acaba,nos sentimos desprotegidos.Sozinhos.Começando do zero(apenas com nós mesmos e talvez um cachorro à tira colo).

Reclamamos muito do amor.
Dizemos que ele não serve para nada,que só nos faz sofrer, gastar dinheiro e que o sexo nem era tão bom assim.
Brigamos com nossos amados por motivos essenciais e de muita importância,como por que ele não ajudou a lavar a louça;por que ela usou mini saia para ir ao shopping;por que fulana deixou um scrap mandando "um bjão" no orkut dele;por que ela vive fuçando no orkut dele.
Vocês fazem a pazes mas semana que vem tem mais.

Idealizamos muito o amor.
E muitas vezes,o modelo "evito-de-qualquer-jeito" aparece e quem diria.
Aí estão vocês juntos.

Mas não importa.
Apesar dos pesares(e sim,o amor nos deixa meio clichê),continuamos com ele e em busca dele.
Sempre

É.
Acho que não somos tão alérgicos ao amor.
Só estamos muito desconfiados à respeito.

"In the name of love
One night in the name of love"





ps:Dedico esse post à todas pessoas apaixonadas pela vida,antes de tudo.Mas especialmente à minha amiga Gabriela,que sempre acredita no amor.
pps:carta de Napoleão para Josefina

quarta-feira, 10 de junho de 2009


alegria da casa!

Agora só falta você(Rita Lee)

Um belo dia resolvi mudar
E fazer tudo o que eu queria fazer
Me libertei daquela vida vulgar
Que eu levava estando junto a você
E em tudo que eu faço
Existe um porquê
Eu sei que eu nasci
Eu sei que eu nasci pra saber

E fui andando sem pensar em voltar
E sem ligar pro que me aconteceu
Um belo dia vou lhe telefonar
Pra lhe dizer que aquele sonho cresceu
No ar que eu respiro
Eu sinto prazer
De ser quem eu sou
De estar onde estou
Agora só falta você, iê, iê
Agora só falta você, aaa...
Agora só falta você, iê, iê
Agora só falta você!

E fui andando sem pensar em voltar
E sem ligar pro que me aconteceu
Um belo dia vou lhe telefonar
Pra lhe dizer que aquele sonho cresceu
No ar que eu respiro
Eu sinto prazer
De ser quem eu sou
De estar onde estou
Agora só falta você, iê, iê
Agora só falta você, aaa...
Agora só falta você, iê, iê

sábado, 6 de junho de 2009

Dance!





Sábado cheio de revelações.
Você se da conta que já sabia a resposta.
Só precisava que alguém(muito especial,diga-se de passagem)confirmasse isso.

Me cansei de lero-lero
Dá licença mas eu vou sair do sério
Quero mais saúde
Me cansei de escutar opiniões
De como ter um mundo melhor
Mas ninguém sai de cima
Nesse chove-não-molha
Só sei que agora
Eu vou é cuidar mais de mim!
Como vai, tudo bem
Apesar, contudo, todavia, mas, porém
As águas vão rolar
Não vou chorar
Se por acaso morrer do coração
É sinal que amei demais
Mas enquanto estou viva
Cheia de graça
Talvez ainda faça
Um monte de gente feliz!

Bom Fim de Semana!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Tive um ideia para um post e agora ela sumiu.
Era sobre saudade e algo mais.

On Broadway!


by Kate Lu

Clarisse Lispector

Mas se eu gritasse uma só vez que fosse, talvez nunca mais pudesse parar. Se eu gritasse ninguém poderia fazer mais nada por mim; enquanto, se eu nunca revelar a minha carência, ninguém se assustará comigo e me ajudarão sem saber; mas só enquanto eu não assustar ninguém por ter saído dos regulamentos. Mas se souberem, assustam-se, nós que guardamos o grito em segredo inviolável. Se eu der o grito de alarme de estar vivo, em mudez e dureza me arrastarão pois arrastam os que saem para fora do mundo possível, o ser excepcional é arrastado, o ser gritante.(...)Tudo se resumia ferozmente em nunca dar o primeiro grito - um primeiro grito desencadeia todos os outros, o primeiro grito ao nascer desencadeia uma vida. Se eu gritasse acordaria milhares de seres gritantes que começariam pelos telhados um coro de gritos e horror. Se eu gritasse desencadearia a existência - a existência de quê? A existência do mundo. Com reverência eu temia a existência do mundo para mim. (...) Eu com uma vida que finalmente não me escapa pois enfim a vejo fora de mim - eu sou minha perna, sou meus cabelos, sou o trecho de luz mais branca no reboco na parede - sou cada pedaço infernal de mim - a vida em mim é tão insistente que se me partirem - como uma largatixa, os pedaços continuarão estremecendo e se mexendo. Sou o silêncio numa parede, e a borboleta mais antiga esvoaça e me defronta: a mesma de sempre. De nascer até morrer é o que eu me chamo de humano, e nunca propriamente morrerei.


(Trecho de O Grito)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

"Eu que já não quero mais ser um vencedor, levo a vida devagar, pra não faltar amor!"

"Que importa é o que te faz rachar as velas! Que importa é o que te faz abrir os olhos de manhã!"

"Eu que já não sou assim, muito de ganhar! Junto às mãos ao meu redor, faço o melhor que sou capaz, só pra viver em paz!"


JP

Thank You For The Music(ABBA)




I'm nothing special
In fact I'm a bit of a bore
When I tell a joke
You've probably hearded before
But I have a talent,
A wonderfull thing
Cause everyone listens
When I start to sing!
I'm so gratefull in fact
All I want is to sing it
Out loud

So I say thank you for the music
The songs I'm singing
Thanks for all the joy they're bringing
Who can live without it?
I ask in all honesty,
What would life be?

Without a song or a dance what are we?
So I say thank you for the music
For giving it to me


Mother says I was
A dancer before I could walk
She says I began
To sing long before I could talk
And I've often wondered
How did it all start?
Who found out that nothing
Can capture a heart
Like a melody can?
Well who ever it was, I'm a fan


So I say
Thank you for the music
The songs I'm singing
Thanks for all the joy
They're bringing
Who can live without it
I ask in all honesty
What would life be
Without a song or a dance what are we?
So I say thank you for the music
For giving it to me

I've been so lucky
I am the girl with golden hair
I wanna sing it out to everybody
What a joy
What a life
What a chance

Thank you for the music
The songs I'm singing
Thanks for all the joy
They're bringing
Who can live without it
I ask in all honesty
What would life be
Without a song or a dance what are we?

So I say thank you for the music
For giving it to me
So I say thank you for the music

For giving it to me
Finalmente ele pode ser o que sempre quis, uma dama dos salões.